A hipnose muda a forma como seu cérebro processa a informação
- Claudia Muller
- 18 de set. de 2021
- 2 min de leitura
Quando uma pessoa está no seu estado normal de vigília (acordado e consciente quanto aos estímulos externos), as informações são processadas e compartilhadas por várias partes do nosso cérebro para permitir respostas flexíveis.
No entanto, pesquisadores da Universidade de Turku, na Finlândia, descobriram que durante a hipnose, apesar de a pessoa estar acordada e consciente, o cérebro mudou a sua forma de processar as informações, fazendo com que o ele agisse de forma mais independente, trabalhando regiões cerebrais individuais.
Segundo Henry Railo, pesquisador do departamento de Neurofisiologia Clínica da universidade de Turku, "no estado de vigília normal, diferentes regiões do cérebro compartilham informações entre si, mas durante a hipnose esse processo é meio que fragmentado e as várias regiões do cérebro não são mais sincronizadas da mesma forma".
Essa descoberta mostra que o cérebro tende a funcionar de maneira bem diferente durante a hipnose quando comparado a um estado normal de vigília, e isso nos ajuda a explicar as alterações experienciais e comportamentais atribuídas à hipnose. O cérebro entende a sugestão lançada ao hipnotizado e assume aquela sugestão como verdade, sem julgamentos.
A pesquisa se concentrou em uma única pessoa que foi amplamente estudada antes e demonstrou reagir fortemente a sugestões hipnóticas. Essa pessoa pode experimentar, durante a hipnose, fenômenos que normalmente não são possíveis em um estado normal de vigília, como alucinações vívidas e controladas.
"Mesmo que essas descobertas não possam ser generalizadas antes de uma replicação ser realizada em uma amostra maior de participantes, demonstramos que tipo de mudanças acontecem na atividade neural de uma pessoa que reage à hipnose de forma particularmente forte", esclarece Jarno Tuominen, Pesquisador Sênior do Departamento de Psicologia e Fonoaudiologia.
Veja como esse estudo foi feito:
O estudo foi realizado monitorando uma corrente elétrica induzida magneticamente. Ela se espalhou pelo cérebro durante a hipnose e o estado normal de vigília. Este método foi usado anteriormente para medir as mudanças no nível do sistema no cérebro em vários estados de consciência, como anestesia, coma e sono. Esta é a primeira vez que tal método é usado para avaliar a hipnose.
Durante o estudo, o participante permaneceu imóvel com os olhos fechados, alternando entre estado hipnotizado e estado de vigília normal. A hipnose foi induzida por meio de uma deixa de uma única palavra, e as diferentes condições eram idênticas em todos os outros aspectos.
"Isso nos permitiu controlar os possíveis efeitos da configuração experimental ou outros fatores, como o estado de alerta", explica Tuominen.
Com o avanço da tecnologia estamos finalmente podendo entender o que acontece dentro do cérebro durante o processo de hipnose, podendo comprovar a sua eficiência por meio da ciência! Isso é um grande passo!
Fonte: Science Daily, 26 de março de 2021
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