Vamos falar sobre depressão na Terceira Idade?
- Claudia Muller
- 14 de out. de 2021
- 3 min de leitura

A depressão é uma das doenças mentais que mais atinge a terceira idade.
Nessa fase costuma acontecer a queda dos hormônios que trazem bem-estar, começam a aparecer algumas doenças que trazem dor, a sensação de vazio e inutilidade é uma constante, e geralmente há perda de pessoas próximas. Essas são algumas das vulnerabilidades que acometem os idosos e que podem levar a estados depressivos.
Idosos depressivos normalmente mudam o seu comportamento. Costumam ficar mais isolados, deixam de fazer as coisas que faziam e sentem uma tristeza profunda. Muitas vezes eles gradativamente vão se acostumando com esses sentimentos, como se fosse uma coisa normal. Cabe, então, a quem está próximo, conseguir identificar e ajudar nesse momento. Não é uma tarefa fácil. Exige muita paciência, amor e dedicação.
O idoso depressivo geralmente coloca uma barreira imaginária para tratamentos de saúde mental, pois esse tipo de doença não é "palpável". Somente quando o idoso sente no corpo as dores da idade que ele busca ajuda de um médico. E muitas vezes, a doença que ele desenvolveu se iniciou com um processo depressivo, pois pensamentos ruins desestruturam nossas células, baixam a imunidade e permitem que doenças se desenvolvam a partir daí.
Nesse momento o acolhimento é a coisa mais importante a se fazer. Explique pra ele que percebeu algumas mudanças comportamentais e que você acha interessante juntos buscarem ajuda. Ofereça para ser o acompanhante e esteja presente nesse momento! Faça-o se sentir amado.
E, se por um acaso, você é o idoso que se reconheceu nesse padrão, não sofra sozinho! Você merece ter uma velhice saudável. Converse com seus familiares mais próximos e busque ajuda! Profissionais como psiquiatras, hipnoterapeutas e psicólogos terão as ferramentas certas pra te ajudar.
Dicas de como envelhecer bem:
Cultivando bons hábitos:
Normalmente a velhice é uma extensão do que foi a vida da pessoa, só que de forma acentuada. Se a pessoa foi mal-humorada, esse mal humor vai se amplificar. Se já era teimosa, muita teimosia há de vir...
De qualquer maneira a família precisa entender que para que as dores naturais dessa fase sejam suportáveis, bons hábitos precisam fazer parte da rotina diária do idoso: exercícios físicos, boa alimentação, ter um sono de qualidade e meditação (ou auto-hipnose) para manter os pensamentos no presente.
Sendo ativo e tendo grupos de amigos:
Nessa fase o isolamento social é fator de risco, por isso é importante que se busque a companhia de pessoas que tenham o mesmo interesse. O objetivo é buscar atividades que tragam prazer, como passeios, eventos e viagens. Algumas instituições promovem encontros para que aconteça o convívio social entre idosos. Busque em sua cidade quais instituições podem te atender.
O convívio social deve ser estimulado para que se consiga ampliar o nível de felicidade.
Realizando trabalhos voluntários e tendo uma conexão com a espiritualidade:
Os trabalhos voluntários normalmente trazem mais benefícios a quem pratica do que a quem recebe. Essa sensação boa de estar fazendo algo para o outro, sem esperar nada em troca acontece porque nosso cérebro, no momento em que o trabalho voluntário é realizado, libera neurotransmissores responsáveis pelo bem-estar. Além disso é uma excelente forma de se perceber "útil", ajudando ao próximo e fazendo novas amizades. Olha só quantos benefícios.
Cabe à família incentivar o idoso a buscar esse tipo de programa voluntariado, afinal, tem que ser uma escolha dele.
A espiritualidade (independente da religião) também libera os mesmos neurotransmissores responsáveis pelo bem-estar. Ter fé é suficiente para elevar os níveis de felicidade. Geralmente as instituições religiosas promovem encontros da terceira idade e oferecem programas de voluntariados. Muita coisa boa em um só lugar!
Entendendo as limitações:
O envelhecimento é uma realidade e normalmente vem acompanhado de limitações. Nessa fase é comum o idoso visualizar o lado negativo do envelhecimento. Cabe então, à família, ajudá-lo a entender que há beleza em cada etapa da vida, e que nem todos os seres humanos tiveram "sorte" de chegar nessa fase da vida.
A hora de buscar ajuda profissional acontece quando o idoso não consegue mudar esse padrão de pensamento, visualizando somente o negativo dessa fase.
Tendo uma rede de apoio:
Familiares e amigos são a base para que os idosos mantenham-se ativos e cultivando bons hábitos. Normalmente são eles que vão perceber quando algo está errado. E se eles não perceberem, cabe a você, idoso, falar que precisa de ajuda, afinal, você tem pessoas a seu lado que se importam! Fale de sua saúde mental e peça pra alguém te acompanhar nesse momento. Ele é doloroso e não precisa ser solitário.
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